O FIM das premiações de fotografia? RAW ou R.I.P. !

Fala galera do Fotologia, aqui é o Pedro Santos!

Hoje eu quero falar sobre um assunto que vem martelando na minha cabeça já faz um tempo. Se as associações de fotografia, principalmente aquelas que promovem concursos e premiações, não mudarem urgentemente a forma como avaliam as imagens, elas podem perder a credibilidade. E eu tô falando sério.

Esse pensamento começou a se formar em um evento com vários fotógrafos, quando entrei numa roda de conversa e o assunto girava em torno de plágio, manipulação de imagens e, claro, inteligência artificial. Depois de umas boas doses de whisky, essa ideia só cresceu: se não houver mais rigidez nos critérios de avaliação, vai dar ruim para todo mundo que leva essa profissão a sério.

O problema está batendo na porta: a IA chegou nos concursos

Vamos começar com o básico: existem várias associações de fotografia no Brasil — principalmente de casamento e família — que promovem concursos ao longo do ano. Em cada rodada (ou "round"), os fotógrafos enviam suas melhores imagens para serem avaliadas por um corpo de jurados.

O problema? Estamos vivendo uma revolução silenciosa. A inteligência artificial está mudando tudo.

Recentemente, fizemos um episódio no canal sobre IA e imagens hiper-realistas. A qualidade do que se pode gerar hoje, com ferramentas como Midjourney, DALL-E e tantas outras, é absurda. Tem até gente vendendo curso sobre como criar retratos com IA mais bonitos do que fotos reais. Sério.

Com o avanço da IA, qualquer imagem muito impactante já começa a levantar suspeitas. Será que é real? Foi só editada ou criada do zero? Quem garante isso?

Por isso, defendo que todas as associações passem a exigir duas coisas obrigatórias para submissão de fotos:

  • O arquivo editado (versão final, em preto e branco, cropado ou como for);
  • E o arquivo RAW, o arquivo original, com os metadados intactos.

É o mínimo necessário para garantir autenticidade. O arquivo RAW carrega informações fundamentais como data, hora, câmera e lente — além de ser praticamente impossível de forjar sem deixar rastro.

Com essa exigência, as associações ganham mais segurança no processo. Caso contrário, as suspeitas vão aumentar. E quando a confiança vai embora, o sistema desmorona.

Plágio explícito: quando a credibilidade já foi colocada à prova

Um caso recente me deixou indignado. Um colega, o Felipe Ferreira, postou em seu canal do YouTube um vídeo que expõe um suposto caso de plágio absurdo. Segundo ele (e segundo a galera da fofoca), um fotógrafo foi premiado com mais de 25 imagens — e todas seriam cópias grotescas de fotos já conhecidas no mercado.

O cara pegava fotos premiadas de outros profissionais, trocava os noivos por uma debutante e pronto: enviava para concurso. Teve até montagem com imagem de escada do Google. Tipo... sério mesmo, sem esforço algum. Ele não foi só premiado. Ele foi um dos mais premiados do ano!

Se isso não te dá um sinal de alerta, eu não sei o que dá.

Claro, ele nega tudo. Mas os indícios são fortes demais. E esse tipo de comportamento destrói a reputação de todos os envolvidos, inclusive da associação que validou as imagens sem investigar direito.

Eu entendo que é difícil auditar 5 mil imagens por round. Mas aí entra o ponto: se não houver um sistema mais robusto de checagem, baseado em dados reais (como o RAW), fica impossível controlar. E aí a dúvida se instala.

O risco da desconfiança generalizada entre fotógrafos

Esse tipo de falha, aliado ao avanço da IA, abre precedentes perigosos. Já não basta uma pessoa fazer montagens grotescas e ganhar prêmios, agora temos que lidar com o fato de que fotos podem ser manipuladas por IA de forma quase imperceptível.

Talvez nem seja necessário um plágio tão explícito. Talvez seja só uma imagem “inspirada”, com ajustes aqui e ali, e ninguém percebe. Só que isso muda o peso da competição. A manipulação invisível vira vantagem.

Por isso, reitero: exigir o RAW deve ser o padrão. Mesmo que a foto tenha sido feita com IA e depois retrabalhada, o arquivo original vai mostrar a verdade.

As associações precisam se blindar. Não só pela imagem pública delas, mas pela integridade de todo o ecossistema. Concursos precisam valorizar o autor e a autenticidade da obra. Senão, vira um show de ilusionismo onde ninguém mais acredita em nada.

Como alguém que acredita nas associações e participa de várias, sei que ainda há valor ali. Mas se não houver mudanças urgentes, vamos perder membros, confiança e relevância.

Conclusão

Se você acredita na força dos concursos e no valor da fotografia como arte, como registro verdadeiro de emoções e momentos, é hora de pressionar por mudanças.

As associações precisam se adaptar ao novo cenário. Inteligência artificial, plágio, manipulação: tudo isso exige uma resposta à altura. E essa resposta passa, sim, pela exigência de arquivos RAW e de mais transparência no processo de avaliação.

E você, concorda comigo? Discorda? Deixa sua opinião aqui nos comentários e não esquece de se inscrever no canal do Fotologia. Todo dia tem vídeo novo, e às quintas, às 20h, tem podcast ao vivo com convidados cheirosos, inteligentes e com barriga de tanquinho (ou quase isso).

Esta postagem é completamente original, criada a partir do nosso próprio vídeo, referenciada em informações da internet e aprimorada com tecnologia de inteligência artificial.

Perguntas frequentes (FAQ)

Como sei se uma foto premiada foi manipulada por IA?

Infelizmente, apenas olhando o JPEG é difícil ter certeza. Por isso é importante exigir o arquivo RAW, que revela a origem real da imagem.

As associações de fotografia já analisam os arquivos originais?

Algumas dizem que sim, mas com o alto volume de submissões, fica difícil garantir. Por isso, a cobrança de mais transparência é necessária.

Já aconteceu de um fotógrafo ser premiado com imagem plagiada?

Sim. Há casos notórios, como o que citei no artigo, onde mais de 25 fotos supostamente plagiadas foram premiadas.

Vale a pena ainda participar de concursos de fotografia?

Sim, desde que você acredite na proposta da associação e que ela esteja comprometida com a ética e a transparência no julgamento.

“Com o avanço da inteligência artificial, qualquer imagem muito impactante já pode parecer suspeita. A gente precisa começar a exigir o arquivo RAW nas premiações, senão o sistema vai começar a desmoronar.”

Análise complementar, com base na internet:

Exigência de arquivos RAW em concursos internacionais

A National Audubon Society, referência mundial em concursos de fotografia de natureza, determina em suas regras que os participantes devem fornecer os arquivos originais das imagens — como RAW ou JPEGs não editados — sempre que solicitado. Essa exigência garante a autenticidade das fotografias e permite uma avaliação justa. Caso os arquivos não sejam apresentados, a imagem pode ser desclassificada. Essa prática reforça o quanto é essencial termos medidas técnicas que blindem os concursos contra manipulações ou fraudes.

Leia mais na Audubon

Casos reais de plágio em concursos de fotografia

O site Plagiarism Today revelou um caso envolvendo o fotógrafo italiano Davide Francese, que venceu diversos prêmios com imagens supostamente plagiadas. A denúncia gerou polêmica e mostrou como a ausência de verificação adequada nas submissões pode comprometer completamente a credibilidade de concursos e instituições. Situações assim mostram que não basta confiar apenas no "olhômetro" dos jurados — é preciso rastrear a origem da imagem.

Veja o artigo completo no Plagiarism Today

O desafio da inteligência artificial para a fotografia real

Segundo a consultoria global PWC, a inteligência artificial está transformando o modo como produzimos imagens, e isso levanta um enorme desafio ético no fotojornalismo e nos concursos de fotografia. A empresa aponta que imagens geradas por IA podem ser indistinguíveis das reais, comprometendo a confiança na veracidade das fotos premiadas. Assim, é urgente desenvolver mecanismos que validem a autenticidade das imagens inscritas — como a exigência de arquivos RAW e metadados completos.

Leia a análise da PWC

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